Introdução
O sistema de pagamentos de Angola encontra-se em transformação, com esforços para modernizar infraestruturas e regulamentações de forma a alinhá‑lo com padrões internacionais de segurança, eficiência e inclusão financeira. O Banco Nacional de Angola (BNA) reconhece a importância de seguir as melhores práticas internacionais, conforme evidenciado na revisão da Lei n.º 40/20, com base em experiências da SADC, Banco Mundial e FMI.
“Dotar Angola de uma base legal e operacional avançada, garantindo elevados níveis de segurança, transparência e robustez de acordo com as boas práticas internacionais.”
Segurança e Integridade dos Pagamentos
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Tecnologia EMV em cartões e terminais
- Substituição de cartões de banda magnética por chip EMV: dados dinâmicos criptografados reduzem clonagem.
- Exemplo prático: BAI concluiu a migração de todos os cartões Multicaixa para EMV.
- Base legal: artigo 3.º da Lei 40/20 e Aviso n.º 02/2022 do BNA exigem mecanismos de deteção de fraude em tempo real.
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Conformidade com PCI‑DSS
- Proteção de dados de portadores de cartão: encriptação, controlo de acessos, monitorização de ameaças.
- Status atual: EMIS possui certificação PCI‑DSS, assegurando robustez na rede Multicaixa.
- Recomendação: Bancos e operadores devem certificar-se e manter auditorias regulares.
Padronização e Interoperabilidade
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Mensageria Financeira ISO 20022
- Formato unificado e rico em dados para transações financeiras.
- Vantagem: facilita transferências nacionais e transfronteiriças e integração com SWIFT.
- Ação proposta: Cronograma de migração para ISO 20022 no SPNA e sistemas de liquidação.
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Identificadores Bancários Internacionais (IBAN)
- IBAN “AO” + NBA: padrão único para contas angolanas.
- Benefício: reduz erros em pagamentos internacionais e harmoniza com a SADC.
- Norma: Aviso n.º 6/2021 do BNA.
Supervisão, Resiliência e Princípios Internacionais (CPMI-IOSCO/BIS)
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Princípios PFMI
- 24 princípios para segurança e eficiência de infraestruturas de mercado financeiro.
- Adaptáveis a sistemas de retalho: base legal, governança, gestão de riscos e continuidade de negócios.
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Política de Superintendência do SPA
- Foco em segurança sistémica: planos de contingência, redundância tecnológica, avaliações regulares.
- Prática recomendada: Autoavaliações periódicas do SPNA e cooperação com BIS/FMI.
Inovação Fintech e Inclusão Financeira
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Sandbox Regulatório
- Ambiente controlado para testes de soluções inovadoras (LISPA/Beta-i desde 2022).
- Benefícios: reduz custos, acelera inovação, mitiga riscos antes da escala.
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Princípios de Inclusão
- Diretrizes CPMI/BM: produtos de baixo custo, redes em áreas remotas, educação financeira.
- Proposta: Parcerias entre bancos, fintechs e telecom para micropagamentos e carteiras móveis.
Conclusão & Chamada à Ação
Para o Banco Nacional de Angola:
- Reforçar supervisão (EMV, PCI‑DSS, ISO 20022, IBAN, PFMI).
- Publicar autoavaliações do SPNA e coordenar cronogramas de adoção de standards.
- Ampliar e aprimorar a sandbox regulatório, incluindo InsurTech e RegTech.
- Definir metas de inclusão financeira em políticas e parcerias público‑privadas.
Para as Instituições Financeiras:
- Investir em tecnologia e compliance de segurança.
- Adotar cultura de qualidade e participar ativamente em fóruns técnicos do BNA.
- Colaborar com fintechs para expandir serviços a segmentos desassistidos.
Modernizar o sistema de pagamentos em Angola é investir na segurança, eficiência e inclusão. A adoção dessas práticas posicionará o país como caso de sucesso na transformação financeira global.





